Meu trabalho e eu

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Apesar de não ter brincado muito com Lego na infância sou muito fã. No final de semana, participei de uma atividade muito interessante dentro do curso Change Lab, o LEGO Serious Play. Fui um pouco cética no começo, tenho sérios questionamentos sobre estas atividades modernosas, como danças, pinturas e outras parafernalhas que tentamos colocar no meio de nossas atividades de desenvolvimento, mas tenho que confessar que esta realmente me conquistou.

A idéia surgiu em 1995, quando o CEO da Lego, Kjeld Kristiansen estava profundamente insatisfeito com os resultados dos trabalhos para desenvolvimento de estratégia que eram conduzidos na empresa. Ao mesmo tempo, dois professores da IMD, Johan Roos Bart Victor estavam em pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de novas ferramentas de gestão.

Ao verem que os objetivos eram convergentes a Lego passou a patrocionar a pesquisa dos professores e, em conjunto, desenvolveram uma subsidiária chamada Executive Discovery especialmente para este segmento. O projeto passou por diversas transformações e sua consolidação  está prevista para junho deste ano.

No Change Lab utilizamos o LEGO em uma atividade para desenvolvimento de protótipos. As peças do jogo foram cuidadosamente desenvolvidas para este tipo de trabalho, então não adianta comprar qualquer uma por aí, pena que pelo que sei ainda não são vendidas no Brasil. Como tudo nessa vida, existem consultorias especilizadas no trabalho com Lego em contextos organizacionais, por aqui ainda não tem ninguém credenciado, alguém de habilita?

Pra quem se interessou, este vídeo é interessante:

=)

Nane

Estava olhando as estatíscas do blog e vi que nos termos de busca surgiu a expressão: “Torcer para o jacaré” , não resisti, tinha que escrever um post sobre isso.

Quando ainda trabalhava em empresa essa situação era muito recorrente, lembro especialmente de um projeto de inovação super difícil em que eu recebia apoio de algumas pessoas, mas, de outras… era só balde de água fria todos os dias.

Pensando nisso lembrei que eu também já torci para o jacaré, é dificil admitirmos, mas, duvido que exista alguém que nunca foi contra alguma idéia, pessoa, projeto novo na organização em que trabalha e que depois de algum tempo precisou dar o braço a torcer. Acabei de ouvir um podcast sobre o assunto e a sugestão do consultor é que todas as pessoas que torcem para o jacaré devem ser demitidas. Gente, vão ter que demitir todo mundo!

Refleti sobre quais situações me faziam torcer para o jacaré, eram bem específicas:

  1. Quando eu caía em algum projeto de paraquedas;
  2. Quando os papéis e responsabilidade não estavam claros;
  3. Quando eu não acreditava na pessoa que era responsável pelo projeto;
  4. Quando pessoas que eu acreditava não estavam muito confiantes;

Bom, nessas situações normalmente existem problemas de gestão relacionados a torcida do jacaré e normalmente costumam jogar a culpa somente em quem está torcendo contra, deve haver algo que podemos fazer para amenizar situações como essa não é?

Para a maioria dos problemas organizacionais que conheço eu acredito neste poderos remédio: doses cavalares de diálogos verdadeiros, se tem uma galera torcendo pro jacaré uma conversa franca sobre as expectativas e comportamentos poderia ajudar muito, no meu caso sempre ajudou. No mais precisamos fazer a lição de casa sempre, tornando as coisas o mais claro e transparente que for possível, essa atitude acaba com toda a torcida? Certamente não, mas que elimina uma boa parte, posso garantir!

E quando nada mais funciona, o jeito é criar acordos de confiança. Eu tinha um chefe que sempre chegava com idéias moderninhas que muitas vezes me incomodavam, em certos momentos da discussão que eu dizia: Vou ter que confiar no que você está dizendo! E eu tentava confiar mesmo, às vezes ele estava certo, às vezes eu, mas, a confiança não deixava que o jacaré vencesse.

Existe a opção de demitir ou ser demitido mas, essa solução é drástica demais, não é?

=)

Nane

Submitted by http://kgsulivan.tumblr.com/

Certa vez estava conversando com o dono de uma agência de publicidade muito bacaninha e ele me disse que nos trabalhos que desenvolvia sempre pensava no princípio da troca justa: ao interromper os consumidores para lhes apresentar produtos ele sabia que precisava oferecer informações que fossem importantes para eles, dessa forma todos ganhavam, pois os dois lados tinham interesse no resultado.

Lembro disso até hoje, essa idéia fez muito sentindo no contexto que ele colocou. Bom, na semana passada tive um outro ótimo exemplo do significado deste princípio quando a Natura me convidou para mais um encontro.

Desde e o ano passado participo de atividades que a Natura realiza para promover o engajamento de diversos stakeholders entre eles os consumidores, dos quais sou uma das representantes. São workshops que duram o dia todo em que discutimos diversos pontos sobre o planejamento estrátégico da Natura, atuação social, produtos entre outros assuntos.

Eu já participei de 3 e sempre ao final dos encontros ganhamos vários produtos (adoroooooo essa parte). Mas, a Nautura sempre inventa umas surpresinhas, no final do ano recebemos um kit muito fino de produtos da linha Pitanga em casa e agora veio o melhor de todos, fomos convidados a participar de um “Circulo Reflexivo em Biologia Cultural” com ninguém menos que Humberto Maturana e Ximena Dávila. Desde que me entendo por gente queria uma oportunidade de conhecer esses dois, principalmente o Maturana.

Pra mim, este convite não tem preço, serão dois dias de atividades em conversas orientadas por eles, vou dar uma corridinha para terminar o A Árvore do Conhecimento, livro do Maturana que tô enrolando, pra ver se até lá consigo engatar no Habitar Humano: Em Seis Ensaios de Biologia-Cultural que, segundo meus amigos é o melhor dele.

Bom gente, esse evento é só pra convidados, que coisa fina, mas eu postarei todos os detalhes aqui. A Natura arrasa sempre, não tem pra ninguém, isso sim é que é troca mais que justa!

Para conhecer o trabalho deles clique aqui: Maturana e Ximena

Para saber o que são Círculos Reflexivos clique aqui: CR

Nane =)

Hoje estava fuçando um blog gringo que gosto bastante, o  The Curious Brain, o mocinho posta várias apresentações interessantes e hoje adorei essa aqui:

É de um português super moderninho, pelo jeito esse tema tá quentíssimo em Portugal. Enfim, o cara apresenta de uma forma muito engraçada vários questionamentos sobre mídias sociais. A apresentação tem vários slides divertidos e citações que me fizeram pensar bastante, uma das coisas mais interessantes é que ele cita 4 situações que acontecem com frequência no uso da mídias sociais por organizações:

  1. Gimmicrky (não consegui encontrar uma boa tradução pra este termo);
  2. Falta de idéias sólidas;
  3. Execução ruim;
  4. Tático ao invés da estratégia.

Lendo isso pensei: não é que a maioria dos projetos em organizações sempre fracassa pelos mesmo motivos, mesmo com as mídias sociais que parecerem ser a última bolacha do pacote não é diferente, já que o jeito de pensar as coisas infelizmente é o mesmo e as pessoas que planejam essas ações costumam ser as mesmas também, então como fazer esse treco dar certo???

No decorrer da apresentação aparecem várias provocações interessantes, adorei essa:

“How to get a million hits, followers, lists, comments,links,posts,friends, fans and re-tweets?

Anser: Do something meaningful”.

– Eoghan McCabe, Contrast

Pra terminar, destaco este gráfico que analisa a expectativas x o número de anos que uma tecnologia leva para se tornar mainstream:

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(Clique na imagem para visualizá-la)

Procurei a fonte e encontrei uma pesquisa realizada pela Gartner, Inc sobre as expectativas sobre a utilização de diversas ferramentas e o que de fato está sendo implementado, um dos resultados é bem óbvio: “Disillusionment is beginning based on the realization that, even with a suite, much work must be done to build an effective social software deployment”.

Pra variar é legal, mas não faz milagre né?

É necessário coragem e ralação, quem tá afim de trabalho duro???

trainee

Imagem de Luiza Pannunzio, disponível em: flickr

Ta aí um assunto  sobre o qual eu nunca tinha pensado em escrever, primeiro porque acho processos de trainee um pé no saco e depois porque sinto que as pessoas se tornam muito competitivas ao participarem dessas seleções. Mas a vida sempre dá voltas e hoje fui a um evento para discutir justamente sobre inovação nos processos de seleção de jovens.

Foi um encontro muito bom, organizado pela Across, empresa muito bacana de desenvolvimento organizacional, eles fizeram um debate com o super fino, Michel Authier , juntamente com uma moça do grupo Votorantim e outra da Natura, além de uma blogueira universitária muito fofa, a Lili, pena que ainda não consegui encontrar o blog dela.

A conversa foi bem interessante, principalmente porque finalmente as empresas estão colocando os incômodos (essa a proposta do encontro) na mesa. Gostei muito de perceber que  novos olhares estão sendo lançados na maneira de se executar esses processos, pelo que entendi mais coisas vão valer além de um currículo engomadinho. Ouvi bastante a palavra autoconhecimento (o que me deixou bem feliz) e adorei a conexão entre valores pessoais x valores da empresa, não entendi bem como isso funciona na prática, mas ao ver a moça da Natura falar, botei uma fézinha que não é só mais o blá blá blá da vez.

Tudo isso me fez pensar em como eu faria um processo de trainee, seria mais ou menos assim:

  1. O questionário inicial seria bem sucinto (mencionar meus conhecimentos em pacote office não seria necessário);
  2. Ao invés de provas e mais provas haveria desafios inteligentes ligados a pessoas, internet, comunicação,projetos sócio-ambientais e questões críticas para o sucesso do negócio;
  3. Eu poderia trabalhar com os outros candidatos de uma forma não agressiva e nem teria que provar pra eles que sou a melhor… na verdade gostaria bastante de ter que provar justamente ao contrário, que em grupo somos melhores;
  4. Ao invés de falar sobre valores eu gostaria de ser bem tratada pela empresa em todas fases do processo – pra mim essa é melhor forma da empresa me mostrar que realmente tem valores;
  5. Ao invés de dinâmicas para avaliar minha capacidade de trabalhar em grupo e lidar com pressão nós conversaríamos bastante sobre o que queremos do mundo, pra onde vamos e por aí vai;
  6. Eu gostaria de saber muito, muito mesmo sobre as atividades da empresa e o jeito de fazer as coisas dentro dela, cada setor é um mundo… é importante a gente saber onde tá se metendo.
  7. Enfim, queria sentir que no final de tudo saí com um pouquinho mais de experiência (não só em participar de processos seletivos), que aquilo foi bom pra mim em alguma coisa…

Isso é pra mim, e pra você? Existe um processo de trainee ideal ou o que tá rolando por aí tá bom??

Ahhhh, pra quem quer conhecer a proposta da Natura, assista o vídeo convite:

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  1. Amasse rapidamente a cultura organizacional existente;
  2. Ignore o que as pessoas pensam e estimule-as a puxar seu saco e a dizer que tudo está sempre bem;
  3. Não reconheça os projetos realizados e nem as conquistas alcançadas pelo seu time;
  4. Fale sempre de dinheiro, mensure todas as coisas que acontecem baseado no budget;
  5. Quando alguém lhe trouxer um problema, ajude a pessoa cuidadosamente e a se achar uma louca, afinal, problemas não existem;
  6. Crie um ambiente em que ter sentimentos é sinal de fraqueza e falta de profissionalismo;
  7. Ignore todos os avisos que seus funcionários lhe derem;
  8. Sorria sempre, aquele sorrisinho bem sincero que todo mundo conhece…

Se tudo isso não funcionar… parabéns, você tem o time mais acomodado do mundo e será para sempre um “excelente líder”.

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Mais um convite muito legal da Amana-key, é um curso sobre conceitos e ferramentas de redes sociais para utilizá-los nas organizações, você pode conferir o evento aqui.

No início do convite uma frase de impacto, bem típica da Amana: ” Em tempos de mudanças aceleradas, o ativo mais valioso de uma organização é o conhecimento e a experiência coletiva que residem em suas redes humanas”.


Eu mais do que quase todo mundo acredito muito, muito mesmo nisso, não existe possibilidade mais rica do que conversar com as pessoas da empresa pra entender como o negócio funciona, o que está dando errado, como podemos fazer pra melhorar  e mais uma porção de informações relevantes.

Mas sei lá, apesar do super blá blá que tenho ouvido sobre as redes sociais não sinto uma grande valorização nos meios que tenho conhecimento, tantas pesquisas, estudos e a carinha das pessoas que não nega o quanto isso é importante e mesmo assim nada…

Fico aqui pensando em quanto as empresas estão deixando de ganhar por não dar importância, a como escreveu a Amana “o ativo mais valioso de uma organização” , bom mais espertinhas devem ser as que vão mandar o pessoal pra esse curso, que pelo que conheço do assunto vai ser bem legal, dessa vez acho que não vou… tá carinho, mas, o que eu souber por aí socializarei…

Tô testando o novo Lab 21, isso merece um super review, assim que fuçar todas as funcionalidades posto tudinho aqui =D

Meu “finado” antigo chefe que acabou de picar a mula pra outro lugar mandou de despedida um vídeo que achei maravilhoso, pra variar é do  TED. A apresentação é do Barry Schawartz, psicólogo, professor de Teoria Social e de Ação Social na Faculdade Swarthmore, na Pennsylvania. Ele trata de uma questão que é muito relevante: Temos sabedoria suficiente para discernir o momento de improvisar? De deixar as regras de lado e fazer o que a situação  necessita?

São descritas as atividades de algumas pessoas e em nenhum momento são citadas  as interações humanas que acontecem durante a execução  do trabalho. Ele fala coisas muito bonitas, destaquei algumas:

“Nem todos os faxineiros são assim, mas os que são pensam que todas essas formas de interações humanas envolvendo gentileza,cuidado e empatia, são partes essenciais do trabalho. E no entanto na descrição de trabalho deles não há uma só palavra sobre outros seres humanos. Esses faxineiros tem vontade moral de fazer o que é certo pelas outras pessoas. E além disso, eles têm habilidade moral de perceber o que “fazer o que é certo” significa.Uma pessoas sábia é como um músico de Jazz, usando notas de uma pagina musical, mas dançando ao redor delas, inventando combinações apropriadas para as situações em sua volta.Você precisa de tempo para poder conhecer as pessoas as quais está servindo, você precisa ter permissão para improvisar.”

Ele discute ao longo do vídeo  que apesar dos processos bem desenhados, existem relacionamentos e situações que estes processos não podem prever e saber a hora de fugir a regra para alcançar um resultado que seja melhor para o todo, é sinal de habilidade moral, sabedoria.

Esse assunto tem particularmente me despertado muito interesse nos últimos tempos, em função das mudanças pelas quais estou passando. Tento fazer uma análise adequada dos momentos em que devemos ter regras definidas e de quais momentos devemos  ser flexíveis e deixar que as coisas aconteçam de maneira orgânica.

Uma coisa que pensei hoje: será que uma boa gestão deveria ser totalmente sem regras? Porque essas posturas precisam ser tão antagônicas? Eu queria que existe uma combinação ótima entre regras e liberdade que nos permitisse ter flebixibilidade e efetividade na medida certa. Já convivi bastante com uma gestão bem flexível, temos inovação,velocidade, interação entre as pessoas, felicidade por resultados compartilhados e realização pessoal, por outro lado sinto dificuldade de conseguir olhar pra trás e ver o caminho que trilhei, onde devo melhorar, como otimizar meus próximos projetos… acho que estou começando a ter os primeiros contatos com uma gestão mais estruturada, mas não gostaria de perder as coisas boas que vivi anteriormente, será que tem jeito?

Bom, se não tiver, tenho o sonho de um dia ter poder suficiente para balancear essas coisas e encontrar o equilíbrio que faça pessoas com diferentes pontos de vista em relação as regras se complementarem =D

Quem decide?

Posted on: 02/04/2009

Bussiness Week – 15 de março

Hoje de manhã li um artigo da BW e fiquei pensando muito neste último prarágrafo, o assunto do artigo era os chefes, mas extrapolei pensando no papel que cada um de nós desenvolve dentro de uma organização e na importância que as organizações devem dar para garantir que todas as pessoas professem o mesmo objetivo e compartilhem os valores.

Quando uma pessoa é diretamente responsável pela imagem de uma empresa, quando ela tem muitas pessoas abaixo dela, será que cabe só a ela decidir como agir? Quais são os meios que a organização deve dispor para garantir que atitudes que vão contra os compromissos estabelecidos sejam devidamente avaliadas?

Estimular a Confiança: Nesses meus 4 anos de trabalho percebi o quanto este valor é importante, não importa quantas pessoas inteligentes, preparadas e experientes uma empresa disponha, se elas não confiam umas nas outras o ambiente fica praticamente intolerável o que resulta não raramente em decisões que prejudicam o negócio.

Exigir coerência entre discurso e prática: É muito comum nas empresas elaborarmos textos belíssimos para falar a respeito do nosso cuidado com funcionários, do “comprmisso com a sustentabilidade” e do relacionamento com nossos “stakeholders”, mas nem sempre agimos de acordo com o que escrevemos, às vezes fico até ofendida porque parece que estão me chamando de boba, pois dizem uma coisa na minha frente e em seguida agem absolutamente ao contrário do que foi dito. Acho que a essa altura, com a consciência que a sociedade vem desenvolvendo a respeito das organizações isso não deveria ser mais aceito, eu simplesmente não aceito!!!!

Desenvolver o senso de compromisso com o resultado global: Muitas vezes vejo cada área, ou até mesmo cada pessoa tomando decisões por conta própria, pensando exclusivamente no resultado que ela precisa entregar, pra isso áreas entram em conflito, todo mundo se desgasta, o resultado acaba sendo meia boca já que ninguém abre mão da sua idéia. Se eu tivesse oportunidade de interferir nesses processos eu descontaria do salário de quem se recusasse a colaborar com o melhor para um grupo, queria ver se a coisa não seria mais “colaborativa”.

O assunto me chamou atenção, essas são as primeiras coisas que pensei, acho que precisamos refletir muito sobre o impacto de nossas ações tanto para que bons resultados sejam gerados nas organizações como, principalmente, para que as pessoas se sintam felizes em sair de casa todos os dias para trabalhar, senão, como aconselha o colunista da BW: “You may need to ask yourself if it’s time to move on”.